
Em novembro estive na Campus Party Brasil, um dos maiores festivais de tecnologia do mundo. A 14ª edição do evento aconteceu em São Paulo, com muitos conteúdos interessantes na área de desenvolvimento, empreendedorismo e cultura digital.
É a quinta vez que participo da Campus Party desde 2011, contando as edições digitais.
O destaque deste ano foi a palestra de Orkut Büyükkökten, criador do orkut.com. A rede social marcou uma geração inteira de usuários de internet no Brasil, inclusive a minha, com as comunidades. Uma época em que a internet era menos tóxica e mais divertida.
Ele detalhou a cronologia da evolução de recursos de interação e medição de engajamento, como os botões de curtida e compartilhamento, e como os algoritmos vêm impactando o comportamento social nos últimos anos, gerando medo, ansiedade e crises de saúde mental.
Orkut apontou o uso desses sentimentos para a retenção dos usuários na plataforma e gerar mais receita em publicidade, gerando o conflito ético entre lucro e o bem-estar social na economia de atenção.

O fundador do orkut.com usou dos dados alarmantes de infelicidade, ansiedade e depressão ligados ao uso de redes sociais para motivar o retorno às interações autênticas e construtivas, centradas em comunidades de interesses comuns e sem julgamentos.
Observei a mesma tendência na palestra de Dado Schneider, participante recorrente da Campus Party. Além da necessidade de refletir sobre a influência da tecnologia no comportamento, ele também abordou como as redes e a pandemia impactam as relações no mercado de trabalho.
Além do comportamento, o uso das últimas inovações tecnológicas em busca de um desenvolvimento econômico, sustentável e com impacto social também foi assunto no palco principal, com a CEO da Microsoft Brasil. Tânia Cosentino apresentou as iniciativas da multinacional aliada com ferramentas para desenvolvedores e programas de formação de novos profissionais de tecnologia.
Comunidades no centro do intercâmbio de conhecimento
Além dos palestrantes convidados, muitos dos conteúdos foram realizados por comunidades, seja nas bancadas ou nos palcos, reforçando a importância delas não só para o evento mas também para os próprios profissionais e estudantes.
Participei de palestras ligadas à front-end, infraestrutura na nuvem, carreira, metodologias ágeis, boas práticas em commits no GitHub, e sobre as próprias comunidades.
O evento também é uma boa oportunidade para expandir contatos e praticar o networking, embora acredito que isso poderia ser algo aprimorado para as próximas edições. Com pessoas de todo o país e em diversos segmentos da área de tecnologia, é uma experiência bem rica.
A próxima Campus Party Brasil está prevista para os dias 25 a 30 de julho de 2023.