Quando você espera um registro de referência de um acontecimento histórico, como os atentados terroristas de 11 de setembro? Um programa especial com dezenas de equipes de Jornalismo, técnicos, entrevistas exclusivas, uma superprodução…
Agora, nem sempre o registro definitivo de uma história é aquele feito pela mídia tradicional. Os atentados de 11 de setembro talvez seja o primeiro grande acontecimento da Humanidade da chamada era da informação. Celulares, câmeras fotográficas e de vídeo digitais, Internet. Tecnologia de comunicação que, mais do que acessível, tornou-se parte de uma cultura.
Prova disso é o documentário “102 Minutos que Mudaram o Mundo” (102 Minutes That Changed America, 2008). O documentário narra em tempo real o acontecimento histórico, do primeiro ataque ao colapso da segunda torre do World Trade Center. Embora existam imagens cedidas por emissoras de televisão, a maior parte do documentário é ilustrado por imagens e sons captados por cidadãos comuns, sem edição. Uma obra colaborativa, feita por mais de 100 fontes, que venceu diversos prêmios.
Aqui no Brasil o documentário foi exibido no History Channel. Embora com 1h42 minutos, é impressionante o impacto e o envolvimento que o flme causa. A obra mostra a História como aconteceu, pelos olhos de seus próprios protagonistas. Onde o diretor vira apenas um curador, que organizou tudo o que estava fragmentado e guardado em um registro definitivo. Algo que chega a um nível inalcançável para o jornalismo tradicional.
Texto originalmente publicado no blog acadêmico da disciplina Mídia e Poder, do programa de pós-graduação da Faculdade Cásper Líbero